Artigo Enapege

4396 palavras 18 páginas
1. CAMPESINATO NO BRASIL E QUESTÃO AGRÁRIA: ORIGENS, FORMAS DE ORGANIZAÇÃO E RESISTÊNCIA FRENTE AS AÇÕES DE DOMINAÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E ATUAIS

O espaço agrário brasileiro vem passando, de forma acelerada, por profundas transformações sócio econômicas e ambientais, impulsionadas pelos processos de modernização da agricultura, notadamente a partir de 1960. Esse processo alterou rigorosamente as relações de produção no campo por conta da incorporação das relações capitalistas de produção nas atividades agrárias, principalmente na agricultura. e, nas últimas duas décadas deste século (XXI), presencia-se uma rápida expansão do agronegócio no espaço agrário, ligado à produção de soja e eucalipto, principalmente As conseqüência resultantes desse desenvolvimento técnico foram avassaladoras para os camponeses, em função das seguintes razões: a não efetivação de uma reforma agrária que alterasse a estrutura fundiária brasileira, bastante concentrada em poder das oligarquias agrárias “no primeiro momento”; manutenção da pobreza e miséria junto às famílias camponesas intenso processo migratório (campo/ cidade) de camponeses em busca de trabalho, serviços de saúde e de educação para seus familiares; aumento da violência em relação às lideranças sindicais rurais, etc. Como a ciência geográfica brasileira tem compreendido e explicado esses desdobramentos no espaço agrário brasileiro? Nas três últimas décadas deste século, pode-se afirmar que a Ciência Geográfica deu um salto de qualidade em relação aos estudos agrários. Assim, estudos dedicados a questão do campesinato (agricultura familiar camponesa, formas de resistência e reprodução do campesinato), pequena produção rural no campo, assentamentos rurais, ganharam importância no temário geográfico, na atualidade. Outro aspecto positivo em relação aos estudos agrários refere-se a uma maior interrelação da geografia agrária com outros campos do conhecimento científico: Economia,

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