ARTIGO_Controle de Mídia_190111

Aulas de mídia nas escolas são mais saudáveis que ‘conselhos de jornalismo’
Por André Felipe de Lima
Nenhum outro caminho é mais saudável que a educação plena de uma nação e uma imprensa livre para formar um cidadão independente e conhecedor do seu papel afirmativo na cultura e sociedade em que vive. Qualquer outra estrada senão esta é, no mínimo, desconfiável. E, nesse momento, presenciamos no Brasil um retrocesso à máxima aristotélica que, embora escrita há mais de 2500 anos, alerta: “Onde quer que se descuide da educação, o Estado sofre um golpe nocivo.”
A premissa do filósofo grego mostra-se extremamente oportuna nestes tempos de descaso total com a educação no país e de tentativas obscuras de cerceamento da imprensa apesar da internet, das “mídias sociais” e do que mais existe de refinamento dos meios de comunicação. E, sabemos, não há como dissociar educação plena de uma imprensa livre, como defendia Roger Silverstone, que durante anos destacou-se como professor de mídia e de comunicações da London School of Economics and Political Science, do Reino Unido, além de escrever o badalado (e imprescindível) "Por que estudar a mídia?".
Diante disso, em tese, caberia ao estado ficar no seu canto, trabalhando em prol de seu povo e não maquinando idéias para coibir o livre arbítrio comum aos conceitos democráticos liberais que conquistamos a partir do final do século XVIII, mas dos quais insistimos nos livrar, como vem ocorrendo na América Latina.
Não há como tolerar as tentativas espúrias de esferas governamentais de controlarem os meios de comunicação. Vejamos os governantes de países vizinhos — nomes aos bois, Argentina , Venezuela, Equador e Bolívia —, que tentam a todo custo calar a imprensa. Não são, definitivamente, exemplos a serem seguidos. Mesmo assim, por estas paragens, tentou-se algo semelhante (ou ainda tentam!). Alguns “sábios” da comunicação em Brasília inventaram a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) e o Conselho Federal de