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MÁRIO DE ANDRADE NA OBRA DE CARLOS DRUMMOND ATRAVÉS DAS
CORRESPONDÊNCIAS”.
Paulo Henrique Araújo1
RESUMO
Este trabalho visa estabelecer parâmetros quanto à relação expressa através da fluente troca de correspondências de dois dos nossos escritores do período modernista: Carlos
Drummond de Andrade e Mário de Andrade. O enfoque da pesquisa restringe-se, basicamente, à produção literária de Carlos Drummond e de como o escritor Mário de
Andrade influenciou a sua criação poética, estabelecendo como recorte o período de maior correspondência entre ambos. Assim, partindo de uma análise detalhada dos versos do poeta mineiro, o objetivo será entender a intrincada relação entre eles, e o direcionamento por parte de Mário de Andrade aos rumos literários tomados pelo poeta de Itabira, que se tornaria, posteriormente, parte determinante do cânone moderno brasileiro. Palavras-chave: correspondência. Carlos Drummond de Andrade. Mário de Andrade.
1. CONTEXTO HISTÓRICO-LITERÁRIO
Em 1930, emaranhado pelo influxo literário moderno originário da forte influência vanguardista européia, o Brasil descobria, entre as mãos desviantes dos admiradores da nova tendência, aquelas que guardavam em si a hesitação assídua que caminhava desde a permanência dos padrões franceses de cultismo, herança do parnaso, até a assimilação das diretrizes de renovação estética pregadas pelo Modernismo. Em ocasião do lançamento de seu livro “Alguma Poesia”, produzido entre 1925 até aquela data, Drummond expressou em suas letras a perplexidade face à escolha de um ou outro movimento a que se enquadrar.
Um pouco antes, precisamente no conturbado início da década de 1920, iniciouse entre o poeta de Itabira e o modernista Mário de Andrade, uma fluente troca de correspondências que serviriam, anos depois, como eficaz ferramenta de análise entre o processamento literário destes escritores. Cabe relembrarmos, portanto, as vias pelas quais seguiram estes autores,