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ANTROPOLOGIA DA ARTE

Parece-nos bastante oportuno fazermos uma reflexão sobre arte e antropologia e tentar explicar a partir das idéias de Clifford Geertz de acordo com o capítulo 5 da obra “O Saber Local”: A arte como um sistema cultural, onde desenvolve o discurso sobre a existência da arte no contexto social e suas implicâncias. Mais adiante abordaremos a arte a partir do artigo “Mas quem criou os criadores?” de Pierre Bourdieu, tentando fazer uma relação do tema de pesquisa da antropologia da arte no que se refere
Difícil falar de arte, pois ela existe num mundo próprio que o discurso não alcança. Parece ser mais difícil ainda quando se trata de arte não literária, como é o caso das artes visuais e sonoras. Como diz Clifford Geertz: “Poderíamos dizer que a arte fala por si mesma”(GERRTZ, 1997:142).
Ao se discursar sobre qualquer obra de arte, surgem diversas idéias e comentários dos mais variados pontos de vista, dependendo da sensibilidade daquele que observa e emite seu parecer. Lembra-nos Gerrtz que “Não podemos simplesmente esquecer em seu canto, banhando-se em sua própria significância, algo que significa tanto para nós. Portanto, descrevemos, analisamos, comparamos, julgamos, classificamos; elaboramos teorias sobre criatividade, forma, percepção, função social; caracterizamos a arte como uma linguagem, uma estrutura, um sistema, um ato, um símbolo, um padrão de sentimento: buscamos metáforas científicas, espirituais, tecnológicas, políticas; e se nada disso dá certo, juntamos várias frases incompreensíveis na expectativa de que alguém nos ajudará, tornando-as mais inteligíveis.” (GERRTZ, 1997:143). E continua: “À inutilidade superficial de uma conversa sobre arte parece corresponder uma necessidade profunda de falar sobre ela incessantemente.” (GERRTZ, 1997:143).
Clifford Gerrtz se debruça sobre esta situação que classifica como “bastante peculiar” para investigar, explicar e tentar descobrir se o fato de que ela existe tem ou não conseqüências.