Argumento a contrário

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J©2013
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Por sorte, é possível completar a análise lógica com o que chamaremos o argumento a contrário. Consiste em fundamentar os valores partindo daquilo que, segundo o concelho geral, não se pode querer, do que ninguém pode reivindicar como um fim educativo.
Este método, de inspiração platónica, revela-se muito eficaz quando se trata de definir os valores. Se se perguntar a alguém o que é a justiça, terá, sem dúvida, muitas dificuldades em responder. Mas se se lhe perguntar o que é a injustiça, já saberá; porque todos nós encontramos a injustiça sempre e em toda a parte. Ora, como poderia dizer-se «É injusto», se não se tivesse já uma ideia do justo, num saber ao menos implícito da justiça? Do mesmo modo, é singularmente difícil definir o que é, ou poderia ser, um ensino verdadeiro; em contrapartida, cada um de nós sabe muito bem o que é o treino, o condicionamento, a propaganda, e ninguém ousa reduzir a isso o ensino. É a partir desta recusa que se pode determinar a sua essência. Do mesmo modo, ninguém reduzirá a formação à informação, e ainda menos a uma deformação. Então, se a educação não é isto, o que é? O fazer desmente, sem dúvida, o dizer; por exemplo, vê-se com frequência o humanismo eufórico do discurso oficial dissimular uma realidade totalmente contrária. Mas, se esta realidade é inegável, o próprio facto que a denuncia é testemunha dos valores que ela contradiz. Qualificar a escola atual de antidemocrática é admitir a contrário o valor indiscutível da igualdade. Do mesmo modo, quando se afirma que certas formas de educação «infantilizam», admite-se a contrário que ser adulto é um valor, que o fim da educação é o pensamento pessoal e a autonomia. O limite do argumento a contrário é que ele se apoia num consenso, que é o de uma sociedade e de uma cultura, e a cujo respeito nada prova que ele seja universal. Há

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