Aretê

Aretê

Em todas as culturas, a educação sempre teve um papel fundamental. Desta educação fizeram sempre parte uma componente prática e uma componente moral.
Os Gregos não foram excepção. Sob o ponto de vista moral, a educação grega era composta por um conjunto de valores que se apresentavam sob a forma de uma espécie de mandamentos (entre outros, honrar os deuses, honrar pai e mãe e respeitar os estrangeiros) e por uma série de regras de comportamento social. Em segundo lugar, tinha uma componente essencialmente prática, na qual eram transmitidas conhecimentos e aptidões profissionais, designadas por techne (Jaeger: 1936: 23).
A educação era a tentativa da formação do Homem de acordo com um ideal. Para esta formação tinha que existir, claro está, um ideal para ser apresentado, um modelo para ser seguido. Para os Gregos, o ideal fundamental era a beleza como imagem desejada, no sentido não apenas de beleza física, mas essencialmente beleza espiritual. Como tal, o modo como era efectuada a educação manifestava-se na totalidade do Homem, desde a sua conduta e comportamento exterior, até à sua atitude interior.
Inicialmente, estes valores e ideais estavam reservados aos nobres. No entanto, e à media que a sociedade burguesa os foi adoptando, foram-se tornando universais. Eles configuram um modelo moral que os gregos designam por aretê, que é, para Jaeger, a palavra fundamental da história da educação grega. O ideal de educação desta altura centra-se nesta palavra, no ideal que esta representa. É difícil, com uma palavra só, fazer a tradução da palavra aretê para o português. Não existe uma palavra que correctamente transmita a totalidade de sentidos que a primeira apresenta na sua origem. No entanto, a palavra "virtude", encarada não no seu sentido de moralidade, mas sim "como expansão do mais alto ideal cavalheiresco unido a uma conduta cortês e distinta ao heroísmo guerreiro" (Jaeger:25) talvez pudesse transmitir correctamente o sentido que era dado à