Apresentação siicusp

Mulheres “Hereges”, Operárias Subversivas. Resistência e Repressão (1930-1945).

Marcela Cristina de Oliveira Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Universidade de São Paulo

1. Objetivos

Essa pesquisa pretendeu estudar a atuação de mulheres operárias durante as décadas de 1930 e 1940, décadas que representaram um período de intensas mudanças sociais e políticas no Brasil, com a instalação de um governo centralizador, paternalista e autoritário, fonte de uma grande repressão sobre movimentos sociais, partidos políticos e sindicatos. Foi também nesse período que a atividade industrial superou a agricultura, empregando enorme contingente de pessoas, com as cidades se tornando pólo de atração de ex-trabalhadores rurais e imigrantes. Nesta época o papel feminino se fazia restrito ao espaço do lar e à criação dos filhos. No entanto o ato de milhares de mulheres trabalharem fora de casa, em fábricas insalubres e sem nenhum direito trabalhista, alterou os padrões até então vigentes.

2. Material e/ou Método

Para a realização dessa pesquisa, foram utilizados como fonte principal os prontuários do Fundo DEOPS, sob a guarda do Arquivo do Estado de São Paulo.

3. Resultados

Durante a pesquisa, foram sintetizados cerca de 110 prontuários de mulheres envolvidas em atividades consideradas “subversivas” pela Polícia Política de São Paulo. Em alguns desses prontuários, foram encontrados exemplares de jornais operários, manifestos, panfletos, bilhetes e fotos recolhidos pela polícia, que nos ajudam a reconstruir o cotidiano daquelas mulheres.

4. Conclusões Finais

Ao contrário do pensamento vigente, algumas mulheres das décadas de 1930 e 1940 participavam intensamente da vida sindical e política do país, atuando como líderes grevistas, estafetas, membros do Integralismo ou do Partido Comunista, desagradando o Estado e despertando a atenção da