Apologia de Sócrates
A Apologia (ou defesa) de Sócrates de autoria de Platão é um dos primeiros relatos da defesa de Sócrates em meio ao famoso julgamento que resultou na sua morte por ingestão de cicuta, poderoso veneno. Várias outras “Apologias” seriam elaboradas nos anos seguintes, destacando-se ainda a feita por Xenofonte.
A primeira questão evidente na obra é se as palavras que Platão "coloca" na boca de Sócrates seriam as mesmas proferidas em concreto perante o Tribunal de Atenas ou na verdade refletem o pensamento de Platão em relação às injustiças sofridas por Sócrates.
Na visão de Platão, Sócrates havia sido vítima do poder do discurso político, que agiu contra o raciocínio filosófico. Platão acreditava na superioridade da filosofia sobre a política, a qual deveria dirigir os rumos da segunda.
Apesar da impossibilidade de verificar a fidelidade do texto em relação à defesa de Sócrates em tribunal, é evidente a concordância do autor com as argumentações expressas nas palavras do filósofo que serviu como seu mentor.
Os principais acusadores de Sócrates eram: Meleto pelos poetas, Anito pelos artífices e Lícon pelos oradores. Sócrates durante todo o julgamento é responsável por sua própria defesa, que tem passagens brilhantes como no momento em que ele coloca Meleto em contradição ao dizer que Sócrates não acredita em Deuses, mas como pode ele pode não acreditar nos mesmos e acreditar nos demônios que também são uma espécie de Deuses, por serem filhos bastardos de ninfas e Deuses. Seria como acreditar em coisas humanas mas não nos homens. Ele recusa-se também a fazer o teatro que era feito pelas pessoas julgadas naquela época, que