Ao analisarmos as decis es pol ticas que o mantiveram no poder por 15 anos durante a chamada

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Ao analisarmos as decisões políticas que o mantiveram no poder por 15 anos durante a chamada “Era Vargas” e por mais 3 anos, ao vencer as eleições de 1951, podemos notar uma grande similaridade com as ideias expostas por Maquiavel em “O Príncipe”. Segundo o autor, um “príncipe” deve utilizar sua virtú (capacidade de se adaptar a diferentes situações) para superar ou se utilizar de sua fortuna (acontecimentos independentes de sua vontade que podem ser tanto ruins quanto bons) para, assim, realizar a manutenção de seu Estado. Portanto, o consideramos um exímio “príncipe maquiavélico”.
Logo no início do governo provisório (1930-1934), Vargas nomeou interventores para cada estado, aliados que o ajudariam a organizar seu poder, atitude que remete à frase de Maquiavel: “Todos os principados que deixaram memória de si foram governados […] por um príncipe e seus súditos, os quais, por graça e concessão sua, o ajudam a governar o reino como delegados”. Dessa maneira, segundo o autor, a tarefa de manter-se no poder torna-se mais fácil de realizar.
Na mesma época, Vargas se deparou com uma situação que a fortuna lhe apresenta: as consequências da crise econômica de 1929, que ameaçavam a indústria cafeeira do Brasil. Assim, numa estratégia que permitiu-lhe não só salvar a economia do país, mas também seguir outro preceito de Maquiavel (a de que o príncipe não deve se esquecer da classe dos mais poderosos que o cercam de modo a não deixá-la descontente nem deixá-la se fortalecer), o governo comprou e queimou as sacas estocadas de café, protegendo o preço deste importante produto nacional, satisfazendo assim, uma parcela da elite cafeicultora.
Alguns grupos da população, descontentes com o governante, desencadearam uma Revolução Constitucionalista, em 1932, encabeçada pelas elites paulistas, o que foi um bom momento para Vargas por em prática um dos pontos mais controversos de Maquiavel: o monopólio do uso legítimo da força pelo Estado. Assim, como “a crueldade bem empregada

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