Análise Resumida do Livro "O Caso Dos Exploradores de Cavernas"
Ao analisar as decisões dos juristas no livro ficcional “O Caso dos Exploradores de Cavernas” de Lon L. Fuller, concluí que a posição mais correta foi a adotada pelo Juiz Foster. As razões para minha opinião não estão fundamentadas apenas nos argumentos deste, mas também no fato de haver falhas nas sentenças dos outros juízes.
Primeiramente, não me parece apropriado delegar ao Poder Executivo uma função que deve ser cumprida pelo Judiciário, como sugeriu o Juiz Truepenny. Além disso, a tese legalista construída por ele e pelo Juiz Keen desconsidera as circunstâncias precárias em que se encontravam os acusados: estavam famintos, exaustos e prestes a morrer por inanição. Numa hipótese em que todos houvessem amputado partes de seus corpos para se alimentarem, a falta de equipamentos esterilizados provavelmente ocasionaria infecções fatais.
Ainda que ambos os juízes concordem que os escavadores merecem clemência, o cumprimento cego da letra da lei os impediu de enxergar a possibilidade de não haver condenação. Os trinta e dois dias que estes quatro homens estiveram confinados em uma caverna é justificativa mais do que plausível para que eles não sejam punidos. Ademais, o estado mental em que se encontravam, como afirmou o Juiz Foster, não considerava a presença do Estado em suas ações, nem as consequências dessas perante a sociedade. Eles só pensavam em sobreviver e, se não tivessem assassinado Whetmore, suas chances de escapar seriam ínfimas. Não existiria, então, um caso, pois não haveria homens a serem julgados.
Desaprovar moral e juridicamente os escavadores sem ter passado por uma situação similar é algo relativamente simples. Assim, observando os fatos de nossa “torre de marfim”, apaticamente, afirmamos que as atitudes tomadas por eles são passíveis de condenação. Entretanto, não há como garantir que não faríamos o mesmo caso nossas vidas estivessem ameaçadas.
O Estado