Análise Interpretativa O Auto da Barca do Inferno

5684 palavras 23 páginas
Auto da Barca do Inferno

Análise Histórica - Introdução

O Auto da Barca do Inferno é uma complexa alegoria dramática de Gil Vicente, representada pela primeira vez em 1517. Gil Vicente era um mestre da representação social. Suas personagens pertencem à categoria dos tipos, espécie de personagem mais própria para simbolizar as diversas camadas da sociedade. Há gente da nobreza, do clero e do povo.
É a primeira parte da chamada trilogia das Barcas (sendo que a Segunda e a terceira são respectivamente o Auto da Barca do Purgatório e o auto da Barca da Glória.
A crítica literária sempre exaltou o zelo de Gil Vicente pela virtude, esquecendo-se de que isso, às vezes, pode ser tão opressivo quanto a hierarquia do poder, que o dramaturgo não cansava de criticar. Enfim, ele foi o teatrólogo da corte de D. Manoel e D. João III, durante as três primeiras décadas do século XVI. Na época a nobreza possuía seus artistas oficiais. Em certa medida, estes eram obrigados a expressar em arte os preceitos que, teoricamente, orientavam reis e fidalgos. Isso pode explicar, em parte, as críticas de Gil Vicente contra o clero, porque, não raro, a igreja se opunha aos interesses da coroa. Todavia, jamais questionou a idéia de uma religião santa e imaculada, que, em rigor, nunca existiu.

Arte Gótica
Composição típica do teatro vicentino, o Auto da Barca do Inferno é uma alegoria moralizante ou, simplesmente, um “Auto de Moralidade”, como o próprio Gil Vicente o denominou.
Falta-lhe unidade de ação, ou seja, não conta uma estória com suspense ou surpresa na trama, como era usual no teatro grego, que ele não conheceu.
O Auto da Barca do Inferno está para a literatura européia, assim como o gótico está para as artes plásticas; marca o fim da Idade Média e o início do Renascimento.Se baseia na coordenação de quadros isolados, que só se interligam pela presença do Diabo e do Anjo, o que ainda não lhe dá unidade narrativa. Limita-se a abordar fragmentos das vidas

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