Análise do poema "volta à casa paterna"

1581 palavras 7 páginas
VOLTA À CASA PATERNA

Voltar à casa paterna depois de vinte anos de ausência é coisa comovedora, e Fábio tinha vontade de experimentar esta sensação. Infelizmente não chegaria a senti-la, pois seu destino era voltar à casa da família todos os dias, após o trabalho e já tinha horror a essa obrigação. Tirar férias de trinta dias para esquecer um pouco o ambiente doméstico e redescobri-lo como novidade não adiantava. Fábio encontrava de volta as mesmas paredes, o mesmo bule, o mesmo periquito. E não notava a sutil, incessante mudança das coisas, que se opera em todos os organismos ou habitação. Nesta rotina decorrera os vinte anos que ele imaginava serem o prazo ideal para a perfeita volta à casa paterna. Tudo continuava aparentemente na mesma, a seus olhos que não sabiam ver o invisível, pois tudo era profundamente dissemelhante do que fora, só que Fábio não reparava. O próprio periquito morrera, estava embalsamado. Mudara o papel de parede, a louça fora substituída, o pai de Fábio também morrera, e a viúva casara outra vez. Voltando todos os dias à casa, ele não sentia a transformação. Foi preciso que o padrasto o convidasse a mudar de domicílio, para ele experimentar uma sensação profunda. A sensação de não voltar à casa paterna.
Carlos Drummond de Andrade

NARRADOR O narrador se comporta em toda a narrativa como Narrador Onisciente, tendo as seguintes características: * Função: Tem função Testemunhal, deixando detalhado o tempo exato que passa na narrativa, como em: “Nesta rotina decorrera os vinte anos que ele imaginava serem o prazo ideal para a perfeita volta à casa paterna.” * Voz: A Voz é de narrador auto vidente ou onisciente, se apresenta em terceira pessoa (heterodiegético), e que tem mais conhecimento de fatos da narrativa do que o leitor ou o próprio personagem. * Perspectiva: O foco tem a “Visão de trás” que passa pelo julgamento do narrador onisciente (presente em todo o conto). Essa perspectiva também pode ser chamada de

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