Antropologia

A Antropologia percorreu um caminho histórico paralelo com a própria história do encontro do homem ocidental com os outros povos que habitavam (e ainda habitam) os continentes que ele alcançou a partir do século XVI. Com o início da era das grandes navegações , o início do expansionismo colonial, o descobrimento de terras além das fronteiras do mundo conhecido por eles, e consequentemente ao encontro com povos que nunca antes havia contato, o impacto dos primeiros relatos desses viajantes , descrevendo as novas terras e seus habitantes foi bastante grande sobre os europeus, pela primeira vez eles se deparavam frente a frente com povos e culturas tão diferentes, a conquista e o domínio de novas terras sugeria o contato direto e a convivência (pacífica ou não) com eles. O homem ocidental se viu obrigado a encarar e entender esse diferente, esse “outro”. Então surgem as grandes questões desse encontro cultural, como definir esses nativos do Novo Mundo, como entender essa diferença, eram humanos ou não? Ainda não se percebia que cada cultura tem a sua lógica própria, a única lógica possível na época ainda era a ocidental, branca, de elite... Esses nativos se encontrava fora da cultura ocidental, foi nessa época que surgiu a noção de “selvagem” para definir a natureza de povos que tinham costumes tão estranhos ao europeu: sem lei, sem rei, sem moral, sem vergonha, sem razão..., o europeu olhava a cultura dos nativos e comparava com a sua, portanto via os selvagens permanentemente avesso aos bons costumes europeus. No século XVIII o uso da Razão como parâmetro para determinação do que é humano ou não, concluíram que o selvagem era mesmo humano, pois apresentava algum tipo de racionalidade , mesmo que ainda muito diferente da ocidental, simples e sem sofisticação, como seu próprio modo de vida. Tempos depois, na linha teórica de Rousseu, o selvagem era visto como um ideal de vida, para ele o “estado de Natureza” proporcionava felicidade ao homem,