Antropologia cultura e educação

O ato de se alimentar tem valor tanto nutricional quanto simbólico. O primeiro evolve a ingestão alimentar para sobrevivência, enquanto que a segunda é resultante das construções culturais de cada sociedade que determina o que é comestível ou não. Os hábitos alimentares de um povo são determinados por vários fatores, dentre eles estão: religião, mitos, experiências adquiridas, educação, saúde, entre outros. A alimentação faz parte da cultura, que é diferente entre os povos Todos os rituais, destacando-se os religiosos que incluem alimentação, expressam algo, utilizando-se de linguagem verbal ou não verbal (TEMPASS, 2009, p. 139 e 142). No âmbito religioso a alimentação está estreitamente ligada à religião, exercendo um simbolismo próprio e classificando os alimentos muitas vezes em sagrados ou impuros, permitidos e proibidos, enfim, a alimentação assume seu valor simbólico nos rituais religiosos (BELTRAME; MORANDO, 2008, p. 244). O candomblé possui vários rituais ligados a alimentação, nestes a maneira de preparar, oferecer e as atitudes do ritual estão cercadas de significados simbólicos. O ato de oferecer um alimento aos deuses do Candomblé, segundo a crença, é o mesmo que estar comendo com eles, assim, a presença dos orixás é garantida (BELTRAME; MORANDO, 2008, p. 244). No camdomblé, existem as comidas preparadas para asseio da alma, onde nem os deuses nem os homens comem. Os rituais onde os deuses se satisfazem do mel, farinha, dendê, papas, frutas, frituras e temperos é secreto, sendo as comidas preferidas dos deuses exclusividade deles. Após este ato, as “comidas de branco”, aquelas pertencentes ao cardápio dos orixás ou não, são saboreadas por todos, fazendo-se assim um momento de festa e comunhão. A oferta de alimentos é feita sempre obedecendo a critérios hierárquicos (BELTRAME; MORANDO, 2008, p. 245-246). Os filhos de Santo devem observar todas as quizilas de seus orixás (isto é coisas que o desagradam) e sendo parte dele, também não podem