analise

ASSUNTOS OBSERVADOS
Relações afetivas, familiares e sociais, psicopatia, adolescência, violência.

“Precisamos falar sobre o Kevin”, muito mais do que um filme sobre um psicopata, conta a história de uma família destruída pelo silêncio e pela negação da realidade. No filme Eva é uma mãe que não consegue criar um vínculo com seu filho, que apresenta sinais claros de psicopatia. Sem muita habilidade para ser mãe, Eva é melancólica, passiva e apresenta sentimentos contraditórios pelo filho logo após seu nascimento. A cena na qual ela se posta em frente a uma britadeira em funcionamento com o carrinho de bebê para abafar o choro de Kevin é notável sua absoluta falta de preparo para ser mãe. Sua feição de prazer demonstra bem a contradição do sentimento de muitas mães e pais diante do nascimento dos filhos: o amor incontestável pela criança é sempre rondado por um pensamento, muitas vezes inconsciente, de liberdade perdida. Eva sofre com esse sentimento durante toda a vida. Biologicamente, ama o filho, não há como não amá-lo. Mas em outro nível o sente sempre como um peso, uma tragédia que estragou sua vida. Isso, antes mesmo de perceber com clareza os graves problemas comportamentais do menino.
Já o pai, quando segura seu filho, embala-o com amor e ele não chora . Toda essa inabilidade de Eva aparece claramente no decorrer da infância de Kevin; a mãe não consegue estabelecer um diálogo com seu filho, nem nas mais simples brincadeiras .
Na realidade, Kevin faz tudo que pode para chamar a atenção da mãe. A mãe é sua audiência desde sempre. Kevin não é produto de um trauma evidente, como seria em situação de abuso sexual, violência familiar, testemunha de assassinatos ou acidentes graves, o que é visível é a incapacidade materna.
Se fosse um problema no coração , no fígado, nos olhos, qualquer coisa, esses pais percorreriam todos os hospitais possíveis, todos os tratamentos cabíveis, mas é fácil perceber que é caso de saúde mental. . Ninguém quer