América no Seculo XIX
PÓS-INDEPENDÊNCIA
Ao longo do século XIX, com a eclosão dos movimentos de independência colonial, o território correspondente às possessões espanholas na América passou por um tortuoso processo de fragmentação. A despeito dos esforços unitaristas de políticos como Simón Bolívar (defensor do panamericanismo), a força dos caudilhos e a influência exercida por forças estrangeiras, como Inglaterra e Estados Unidos, decretaram a pulverização das terras hispano-americanas, acarretando o aparecimento de inúmeras e distintas nações.
No entanto, essas profundas mudanças que marcaram o espaço territorial não foram acompanhadas de transformações, ao menos não com a mesma intensidade, no que diz respeito às estruturas socioeconômicas. A base das economias dos novos países permanecia fundamentada em atividades agroexportadoras, com forte dependência do capital estrangeiro, notadamente inglês e norte-americano. Desenhava-se, assim, a inserção dessas regiões em uma nova ordem colonial, agora não mais ancorada na dominação político-administrativa, mas na preponderância econômica de potências internacionais.
No mesmo tom, as desigualdades sociais continuavam imensas. A exploração voraz sobre as populações indígenas, africanas e seus descendentes persistia, assim como os setores economicamente dominantes continuavam a ser formados pelos mesmos grupos que predominavam nos tempos coloniais: os antigos “criollos”, grandes fazendeiros e donos de minas na sociedade hispano-americana, integravam agora as influentes oligarquias rurais.
ESTRUTURAS POLÍTICAS
De um modo geral, foram justamente os participantes dessas poderosas elites que passaram a comandar o sistema político nessas nações recém-emancipadas. E mesmo que o caminho tomado pela grande maioria dessas regiões tenha sido o da proclamação da República (com exceção do México, que teve um breve período monárquico), tal escolha não proporcionou