Algoritmo da Esquizofrenia final 1
(Psicofármacos: Consulta Rápida; Porto Alegre, Artmed, 2005, p.343)
Analuiza Camozzato de Pádua
Clarissa Severino Gama
Maria Inês Lobato
Paulo Belmonte de Abreu.
Introdução
A esquizofrenia é uma das mais graves doenças neuropsiquiátricas e atinge aproximadamente 1% da população mundial. Além de comprometer pacientes e familiares, representa um grande custo para toda a sociedade. No Brasil, a esquizofrenia ocupa 30% dos leitos psiquiátricos hospitalares, ou cerca de 100 mil leitos-dia. Ocupa ainda
o segundo lugar das primeiras consultas psiquiátricas
ambulatoriais (14%) e o 5º lugar na manutenção de auxílio-doença. Nos Estados
Unidos, representa um custo anual de 33-40 bilhões de dólares.
No momento, não existe prevenção específica para a esquizofrenia. Desta forma, o foco está no tratamento precoce e continuado, e na reabilitação ativa do paciente. Embora não curativas, as drogas neurolépticas, ou antipsicóticas se estabeleceram como o tratamento primário para todos os estágios da doença. O uso continuado em doses ajustadas individualmente possibilita uma redução no tempo de hospitalização e a manutenção dos pacientes por mais tempo em seus lares. Entretanto, apesar dessas drogas terem significado um grande avanço no tratamento da doença, elas tem uma taxa de resposta de 60 a 80%. Este fato tem
estimulado a procura de novos antipsicóticos e reafirmado a necessidade de associar outras intervenções, como tratamentos psicossociais à farmacoterapia.
Existe atualmente um número bastante grande de medicamentos antipsicóticos, com diferentes perfis de efeitos colaterais, porém com potência semelhante quando usadas em doses equivalentes. A clozapina parece ser uma exceção, possui uma eficácia superior aos demais antipsicóticos evidenciada em diferentes meta-análises. Existem, entretanto, diferenças individuais em relação à eficácia, tolerância e custo. Estas diferenças fazem com que a escolha da