Alfabetização e letramento
RESUMO
As discussões sobre as práticas de ensino da língua escrita têm polarizado o debate entre aqueles que defendem a volta de um ensino mais diretivo da escrita, enfatizando as correspondências entre letra e som (decodificação), e aqueles que defendem práticas que valorizam o letramento. Os últimos acreditam que o ensino com base na decodificação acaba por desinteressar a criança da leitura, pois, por ser a leitura uma aquisição cultural, não pode ser dissociada de seus usos e funções. O presente trabalho faz uma revisão crítica das duas posições teóricas e propõe que a alfabetização seja vista em todos os seus aspectos, sejam eles cognitivos, afetivos e sociais. Palavras-chave: Alfabetização, Letramento, Consciência metalingüística.
Debates recentes sobre o ensino da língua escrita nas escolas brasileiras têm polarizado a discussão na posição apresentada por duas correntes teóricas: uma defende o processo de letramento; outra defende o processo de alfabetização. Essas duas habilidades são tratadas como mutuamente excludentes. É nossa opinião que o processo de aquisição da língua escrita envolve tanto o letramento quanto a alfabetização. O objetivo deste estudo é apresentar os principais argumentos apresentados por essas duas correntes teóricas, oferecendo uma proposta alternativa que concilia estas duas visões.
A palavra letramento foi incorporada ao vocabulário educacional recentemente, fruto da necessidade de se diferenciar o conceito de letramento do de alfabetização. Segundo Soares (2004), a palavra letramento aparece pela primeira vez em um texto de Mary Kato, publicado em 1986, mas é só em 1988 que Leda Tfouni define a palavra com um significado técnico. Tfouni (1995) distingue assim os termos alfabetização e letramento: “Enquanto a