aguas

Casa koshino
Construída numa zona residencial arborizada por cima da cidade portuária de Kobe, onde inicialmente se encontrava isolada, a Casa
Koshino foi concluída em duas fases (1990-81 e 1983-84). O espaço em forma de leque, que hoje é o quarto do proprietário, encontra-se parcialmente abaixo do chão. Neste local bastante íngreme, o visitante entra por cima, avistando o telhado da casa antes de entrar A planta original consistia em dois volumes paralelos, em forma de caixa, ligados por uma passagem subterra­nea. O bloco mais longo e mais afastado da entrada possui uma série de seis salas idênticas, o que lembra as celas dos monges do Mosteiro de
Sainte-Marie-de-la-Tourette, da autoria de Le Corbusier
(Eveux-sur­I'Arbresle, França, 1952-59). O corredor que Ihes dá acesso está iluminado por uma série de janelas em forma de fresta, que foram comparadas às utilizadas por Luis Barragán na Casa Francisco Cilardi (Cidade do México,
1976), mas neste caso as aberturas de Ando aumentam progressivamente em altura, enquanto que as de Barragán são todas iguais. O espaço interior mais expressivo é a dupla sala de estar, situada no primeiro bloco, junto da entrada. As janelas estão colocadas de modo a proporcionarem apenas uma vista limitada para o jar­dim, mas deixam entrar quantidades generosas de luz, que inundam as vastas superfícies de betão, dando-lhes vida com as nuvens que passam ou com o avanço das horas. Como afirma Ando, «Coisas como a luz e o vento só têm sentido quando se introduzem no interior de uma casa, separadas do mundo exterior. Os fragmentos isolados de luz e de ar evocam todo o mundo natural. As formas que criei alteraram-se e ganharam significado através da natureza dos elementos (luz e ar), os quais dão indícios da passagem do tempo e da mudança das estações...».

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