AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE APODI

O município de Apodi tem na agricultura sua principal atividade econômica, havendo uma disputa por dois modelos: onde um tem a preocupação com a biodiversidade, a distribuição de renda e a democratização da água e da terra e o outro provoca a concentração de terra, de água e de renda, sem se preocupar em destruir a natureza, a água ou o solo. O primeiro modelo é a agricultura familiar, onde se nota que ainda é possível viver bem no campo, produzindo alimentos saudáveis, apesar do pouco investimento por parte do governo. O segundo modelo tem como principal objetivo o lucro das grandes empresas sem levar em consideração as questões ambientais e sociais.
Apodi é uma referência na agricultura agroecológica, onde hoje vivem milhares de famílias que tem na agricultura e na pecuária sua principal fonte de renda, estando localizada, praticamente, nas pequenas propriedades camponesas. Segundo dados do IBGE, é na chapada do Apodi que está a segunda maior produção de mel de abelha do Brasil. Essas comunidades e assentamentos vêm desenvolvendo técnicas de produção agroecológicas, como é o caso da produção de mel, algodão orgânico, arroz orgânico, polpas de frutas da região entre outros. Percebe-se o vínculo homem-natureza em diversos aspectos.
Atualmente esse modelo de agricultura familiar vem sendo ameaçada pelo projeto de irrigação Santa Cruz do Apodi, proposto pelo DNOCS, onde essas terras seriam destinadas a expansão do agronegócio, para fins de interesse público, onde 13 mil hectares de terra teria que ser desapropriado. Depois dessa desapropriação, de famílias que lá vivem há décadas, as empresas estarão lícitas para cultivar frutas para exportação em monocultivo e com alto nível de agrotóxico. Contudo, o próprio governo reconhece que os perímetros irrigados no nordeste não tem sido viáveis. Querem transformar o território camponês em uma zona de produção com base na utilização em grande escala de agrotóxico para exportação, transformando a comunidade local em mão