Adolescencia

O autor acredita que as escolhas dos adolescentes são baseadas nos sonhos dos adultos na nossa cultura. Pois o acesso à idade adulta não é regrado por um ritual, depende de um consenso .Portanto,é necessário procurá-las interpretando e interrogando o desejo dos adultos. E por uma espécie de pecado original próprio a uma cultura que idealiza a autonomia. A autonomia assim realizada seria o sonho dos adultos para o adolescente. Esse é o sonho de liberdade por excelência. A rebeldia adolescente se torna uma encenação do ideal cultural básico. As condutas adolescentes se tornam objeto de imitação. A própria infância é uma invenção moderna. Em nossa cultura todos amamos,e até veneramos as crianças incondicionalmente. Qualquer adulto parece estar investido da dupla missão de proteger as crianças e torná-las felizes.
Sem uma dose brutal de amor dos pais e esforços anexos, nossa espécie estaria presumivelmente ameaçada. Mas nem por isso o amor e os cuidados com as crianças foram sempre os mesmos. Entendendo aqui por infância não os primeiros anos da vida,mas a própria idéia de um tempo da vida bem distinto da idade adulta. Na modernidade, a infância se tornou objeto de preocupações,meditações,planos e projetos infintos de exploração e debate. A maneira moderna de olhar para as crianças,esse jeito de amá-las que faz da infância uma verdadeira divindade cultural, triunfou quando a sociedade tradicional cedeu o passo ao individualismo. Para quem a morte é o fim de tudo,as crianças se tornam a única promessa de algum tipo de continuação ou mesmo de imortalidade. Numa sociedade tradicional,cada criança vinda ao mundo ocupa um lugar definido numa rede social articulada e estabelecida.
Já,numa cultura individualista como a nossa,espera-se que qualquer sujeito se construa um lugar e se invente um destino contra o que a tradição e o berço onde nasceu lhe reservaram.
Na nossa cultura a tradição é contradizer a tradição.
A família moderna é restrita ao