Acaso
Na década de 60, as feministas queimaram sutiãs em praça pública para expressar a necessidade de mudança do papel da mulher na sociedade, iniciando o período em que prevalecia a imagem da mulher masculinizada, necessária para a entrada no mercado de trabalho. As roupas que a tornavam invisível sexualmente, acentuando, em vez disso, a sua competência profissional, dominaram os anos 80. Mas, nesta mesma época, com o inicio do culto ao corpo e a influência da cantora Madonna, que recriou a moda-fetiche usando em seus shows roupas altamente sensuais, iniciava-se um movimento de modificação da relação feminina com a lingerie. A mulher ideal deveria ter êxito profissional e pessoal, ter o corpo bonito, mas não poderia deixar de lado a sensualidade e o erotismo. E é esta a idéia que prevalece no século XXI, as mulheres progrediram socialmente e profissionalmente, tornaram-se cada vez mais independentes e respeitadas, e de símbolo da opressão feminina, o sutiã tornou-se item indispensável para a sedução e beleza
A personagem de Claudia Raia na novela “Belíssima” da Globo usa sempre o sutiã como item de destaque no figurino. Como a novela no Brasil reflete e influencia mudanças de comportamento e as lingeries estão cada vez mais bonitas, pode-se prever que esta peça do vestuário dará mais um passo na evolução da sua história na moda nacional.
Segundo Freud, a relação do erotismo com as roupas íntimas nada mais é do que o fetiche, ou feitiço. Isso acontece quando a satisfação pessoal se dá através de objetos ou ornamentos. O cinema e as revistas também ajudaram a criar um clima de sedução e fantasia, despindo as musas