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O despertador tocava e vibrava loucamente sobre a mesa de cabeceira que ficava ao lado da minha cama. Abri meus olhos lentamente até que eles se acostumassem com a claridade que vinha da janela. Fiquei encarando o teto até me sentar na beirada da cama e dar um suspiro longo. Observei ao redor e pude notar que havia um bilhete na minha escrivaninha, a porta do quarto estava entre-aberta e as coisas que estavam espalhadas no chão já não estavam mais onde eu pudesse vê-las. Levantei-me e caminhei até o banheiro, arrastando os pés. Abri o pequeno armário fixado na parede, fisguei minha escova de dentes e comecei a minha higine bucal. Enquanto me olhava no espelho, pude notar que minha barba estava crescendo grossa e espessa e meus cabelos precisavam ser cortados; enfim, terminei de escovar os dentes, com minhas mãos em forma de concha, apanhei um pouco de água e esfreguei no meu rosto. Ótimo, eu estava pronto para mais um dia de escola.

Já estava quase descendo as escadas até que lembrei de ler o bilhete escrito em folha vermelha. Ao abri-lo reconheci a caligrafia perfeita da minha da minha mãe:

Precisei sair mais cedo, por isso fiquei com dó de te acordar. Você pode levar dinheiro para comprar algo para comer na escola, não tive tempo de preparar o café da manhã. E nem pense em se desviar do caminho da escola, faltam apenas duas semanas para você ficar de férias! Beijos e abraços. – Mamãe.

Claro, as férias... O momento mais esperado para quem estuda. Mal podia esperar para me livrar daquela maldita escola. Amassei o bilhete e o joguei no chão – mesmo com o cesto de lixo ao lado da escrivaninha – e continuei minha caminhada para o andor de baixo. A porta do quarto dos meus pais também estava entreaberta, então eu tive a descência de fechá-la. Já no andar de baixo dei uma corrida rápida até a cozinha e apanhei uma maçã; saí de casa batendo a porta um pouco forte demais, tranquei-a e iniciei minha caminhada matinal até o ponto em que o ônibus escolar