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Educação Profissional: diálogos com Durkheim, Weber e
Marx
Vanessa Guerra Caires*
Resumo
Este texto apresenta uma análise da Educação Profissional no Brasil, sob a ótica da Sociologia de teóricos clássicos: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. Em termos metodológicos, utiliza-se o estudo bibliográfico, ou seja, a pesquisa e a análise da produção intelectual e dos documentos normativos pertinentes a essa temática. Assim, percebe-se que as políticas públicas e o contexto histórico, que orientam os modelos da Educação Profissional brasileira, são marcados por elementos da manutenção da ordem social de Durkheim e da racionalidade técnica de Weber e levam à reflexão sobre a formação omnilateral do homem que, segundo Marx, contemple o trabalho como atividade humana consciente e livre.

* Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Educação da
PUC Minas, Professora da Educação Profissional do CEFET-MG. E-mail: [e-mail]

Palavras-chave: Educação profissional. Políticas públicas para a educação profissional. Sociologia da educação.

Introdução

N

o Brasil, especialmente, a partir da década de 1990, marcada pela intensificação e globalização do capitalismo, ocorreram modificações significativas na Educação Profissional (EP) que alteraram sua organização, forma de oferta e articulação ao Ensino Médio (EM).
O processo de mudanças, constatado, nesse período, teve início com a publicação da Lei no 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN). Nessa Lei, a EP foi apresentada como uma modalidade de educação separada dos níveis de ensino ofertados pela educação brasileira (Título V, Capítulo III):
Art. 39 - A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto,