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Algumas contribuições do episódio histórico da síntese artificial da ureia para o ensino de química
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Paulo Henrique Vidal
Paulo Alves Porto

INTRODUÇÃO
Existem diversas opiniões que corroboram a concepção de que a história da ciência pode contribuir para o ensino. As justificativas são inúmeras. Para citar alguns exemplos, muitos pesquisadores defendem a ideia de que a história da ciência auxilia na compreensão da linguagem própria da atividade científica e contribui para o ensino de ciência a partir de uma perspectiva histórica, onde se pode abordar a ontogênese e a filogênese de cada conceito científico. Também pode mostrar que a ciência é um processo de constituição do saber erudito com dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais de uma época específica 1.
A partir deste ponto podemos inferir que existem propostas, não recentes, que buscam relacionar a história da ciência e o ensino de um ponto de vista abrangente. Mesmo no Brasil, em muitos documentos oficiais se manifestou o interesse de utilizar conteúdos históricos da ciência para enriquecimento do ensino de química. Por exemplo, na
Reforma Francisco Campos de 1931, já estava presente a sugestão dessa abordagem, embora sob um ponto de vista inteiramente positivista, como era de se esperar para esse período2.
Entretanto, muito ainda necessita ser feito. Levantamento feito por
Saito evidenciou que existem dois grandes grupos de propostas que têm como objetivo aproximar a história da ciência ao ensino. Algumas sugerem intervenção em sala de aula, e outras buscam fornecer subsídios
1

A lista de contribuições é longa, mas pode-se ter uma visão geral em: L. C. Fernandez; M.
Quintanilla & A. M. Blancafort, “La importancia de la historia de la química en la enseñanza escolar: análisis del pensamiento y elaboración de material didático de profesores en formación,” Ciência e educação 16(2, 2010): 277-291.
2
P. A. Porto, “História e filosofia da ciência no ensino de

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