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O

e s p a ç o i n t e rrnn o

E ugenio

C

ada um de nós que comece a fazer teatro se confronta com quatro questões, e deve resolvê-las de maneira absolutamente individual.
Como fazer teatro? Como alcançar tamanha eficácia em sua relação com o espectador, o que nós podemos denominar de o artesanato, o aspecto técnico, o savoir-faire? Como utilizar a sua própria presença psíquica, mental e física para suscitar no espectador algumas qualidades de energia que restabelecem o diálogo do espectador com ele mesmo, com sua própria história pessoal e histórica?
Por que fazer teatro? Por que nós passamos anos e anos aprendendo, nos impondo uma autodisciplina? Que voz íntima é essa que nos cochicha baixinho? É essa a verdadeira essência e sabemos que esse cochicho nós não podemos formular em palavras sem que nos tornemos ridículos, sem que fiquemos profundamente vulneráveis.
Onde fazer teatro? Dentro da instituição
‘teatro’ ou fora da instituição? Em um hospital, uma prisão, na rua? Existe uma grande diferença no que diz respeito à visão de mundo, a uma tomada de posição, e também do ponto de vista técnico.

Barba

Por que você faz isto? Quem é o seu espectador? Seu espectador, e não seus espectadores. Na verdade, todo o trabalho começa sem pensar no espectador. Ele começa sempre com uma dose de insegurança, deixando jorrar todas as associações, as idéias, as visões mais estranhas, mais chocantes. Depois chega um momento em que o encenador não é mais o camarada, o parceiro leal de seus atores, em que o encenador muda definitivamente de ‘campo’ e em que ele se torna leal para com seus espectadores. É o momento em que todo o processo começa a ser julgado segundo a percepção do espectador.
Mas qual espectador? Quem é o espectador que me acompanha? Com quem eu dialogo, com quem eu posso me medir, que possa me dar retorno se um pequeno detalhe que meu ator trabalhou durante horas e horas será ou não eficaz? No início, quando eu comecei a trabalhar com os atores, eu não sabia

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