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DIÁLOGO TEXTUAL: polifonia e intertextualidade

“Toda palavra serve de expressão de um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte entre mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa extremidade, na outra apóia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor”. (Bakhtin)

Os textos vivem dialogando permanentemente uns com os outros, é fundamental desenvolvermos a consciência de que nossos textos resultam deste diálogo. Esses “diálogos” podem ser marcados lingüisticamente ou não. Lingüisticamente, temos as relações intertextuais, e as não marcadas temos a polifonia.

Ler mal nem sempre é apenas decorrência de problemas vinculados à alfabetização, mas pode resultar da simples desinformação com referência ao assunto apresentado. Falta vivência intertextual; não ocorre participação no diálogo que existe naturalmente entre os vários textos.

Exemplo:

Saddam Hussein é condenado à forca por crimes de guerra
(Folha on line – 05/11/2006)
O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e dois de seus colaboradores mais próximos foram condenados à forca por crimes de guerra neste domingo (5), em Bagdá, pelo Tribunal Superior Penal do Iraque. Eles foram considerados culpados pela morte de 148 xiitas no povoado de Dujail, em 1982.

Para entendermos esse texto, temos de ter informações prévias, como: quem é Saddam, o que acontece nesse país, quem são os xiitas, sumitas, etc. Estas relações que devemos fazer para interpretar esse texto, são as “outras vozes” que se mesclam a esse texto da Folha on line. Temos, então, a POLIFONIA (Varias vozes).

RELAÇÕES INTERDISCURSIVAS: Quando escrevemos, consideramos com maior ou menor consciência o fato de o nosso texto dialogar com outros textos, conquanto estes não aparecem citados ou representados diretamente. Um texto é a materialização do que está presente em muitos discursos (discurso