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3554 palavras 15 páginas
Neuralgia do trigêmeo
Cláudio Fernandes Corrêa é neurocirurgião, responsável pelo Grupo de Dor do Hospital 9 de Julho de São Paulo e presidente do Instituto Simbidor.

Neuralgia do trigêmeo, ou nevralgia do trigêmeo, provoca uma dor absolutamente inesquecível. É uma dor muito, muito forte que pega um lado da face, dura segundos e desaparece. O problema é que ela geralmente volta com grande intensidade, em intervalos de tempo variáveis. A neuralgia do trigêmeo se distribui segundo três territórios especiais: a região frontal que toma a órbita ocular e parte do nariz (em vermelho na Imagem 1), a região malar que se estende até a asa do nariz e parte do lábio superior (representada em verde) e a região temporal que passa pelo lado do ouvido e acompanha a mandíbula ou maxilar inferior (em preto na imagem). A imagem 2 deixa ver os territórios de distribuição dessa dor vistos de perfil. O nervo do trigêmeo, um par de nervos cranianos, recebe esse nome porque tem três ramos (imagem 3): o ramo oftálmico, o ramo maxilar (acompanha o maxilar superior) e o ramo mandibular (acompanha a mandíbula ou maxilar inferior). Como vários outros nervos da face, é um nervo sensitivo que controla as sensações que se espalham pelo rosto. Por isso, a dor se distribui de acordo com o ramo acometido.

CARACTERÍSTICAS DA NEURALGIA DO TRIGÊMEO

Drauzio - O que faz surgir a neuralgia do trigêmeo?

Cláudio Fernandes Corrêa – Apesar de já ter sido descrita antes de Cristo, a neuralgia do trigêmeo ainda continua provocando polêmica. Como prevalece na população mais idosa, acredita-se que a bainha de mielina que envolve os nervos se perca com o passar do tempo. É um processo degenerativo. Assim como um fio que perdeu a capa envoltória isolante, em determinado ponto do nervo ocorre uma descarga elétrica. Portanto, a neuralgia do trigêmeo resulta provavelmente da perda da bainha de mielina que envolve o nervo trigêmeo e que, depois de perdê-la, pode sofrer descargas

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