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Ucrânia, um país com um histórico de tragédias
Atuais protestos contra o governo relembram 'Revolução Laranja' de meados dos anos 2000. Inquietações no país, contudo, têm origem muito mais remota
Sua planície outrora coberta por florestas não é o que se pode chamar de local pacato, e a história da Ucrânia registra invasões durante um período de mais de mil anos. Saqueadores mongóis foram sucedidos por lituanos, seguidos por rutênios, poloneses e tártaros. Depois vieram os russos, o comunismo, a fome e a opressão que durou décadas. A história da Ucrânia ao longo do século XX é uma sucessão de tragédias.
Depois de um brevíssimo período de independência (1917 - 1921), o país foi invadido em 1922 pela Rússia e anexado para formar a URSS. Nos anos 30, mais de sete milhões de pessoas morreram de fome em decorrência de uma medida do ditador soviético Josef Stalin, que bloqueou o acesso da Ucrânia à comida em represália à resistência dos ucranianos em aderir à sua proposta de coletivização agrícola.
Depois, durante a II Guerra Mundial, o país foi invadido por nazistas e palco de muitas batalhas violentas. Em seu livro Pós-Guerra, Uma História da Europa desde 1945, o historiador Tony Judt explica que “os ucranianos, em particular depois de 1941, de tudo fizeram para se beneficiar da ocupação alemã, na busca da tão esperada independência, e as regiões do leste da Galícia e do oeste da Ucrânia registraram sangrento conflito civil entre ucranianos e poloneses, tanto sob o patrocínio da guerrilha antinazista quanto da antissoviética. (...) Ucranianos lutaram ao lado da Wehrmacht, contra a Wehrmacht, contra o Exército Vermelho e entre si, dependendo do momento e do local”.
Em 1946, logo após do fim da guerra, o país estava destroçado e, com safras deficientes, passaria por outro longo período de fome até se recuperar. Durante a Guerra Fria, a Ucrânia era o mais importante dos países soviéticos depois da própria Rússia e, por isso, era acompanhada atentamente pelos

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