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No aniversário dos 15 anos do Plano Real, já é possível cravar que seu maior mérito foi ter acabado com a bagunça na economia brasileira. Após vários planos econômicos, tablitas, confiscos e outras fórmulas mirabolantes, o governo brasileiro finalmente conseguiu colocar em prática medidas capazes de debelar a hiperinflação. E, mais do que isso, o país mostrou-se maduro o suficiente para respeitar os contratos firmados, vencer a já histórica instabilidade política e seguir num rumo estável - mesmo governado por partidos diferentes.

"Não há comparação entre o Brasil de hoje e o Brasil de 15 anos atrás", disse o ex-presidente e ex-ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.

Em entrevistas ao Portal EXAME, seis economistas e políticos que protagonizaram a criação e a implementação do Plano Real nos últimos 15 anos avaliaram, no entanto, que trata-se de uma obra com alicerces firmes, mas longe de estar concluída. A consolidação de uma nova etapa de crescimento sustentado ainda depende de ajustes monetários e institucionais. As reformas necessárias vão exigir um esforço imenso da sociedade e incluem a modernização tributária, política, trabalhista e previdenciária do país.

Os governos Itamar Franco e FHC conseguiram avanços macroeconômicos enormes no controle da inflação. O governo Lula não promoveu rupturas e manteve a prioridade no combate aos preços. Ao mesmo tempo, livrou o país dos choques cambiais e trouxe as taxas de juros para patamares mais civilizados.

Esse continuísmo na política econômica contribuiu para que o Brasil construísse uma imagem no exterior bem diferente da de grande parte de seus vizinhos latino-americanos. O risco-país despencou, a Bolsa disparou e os investidores estrangeiros hoje parecem estar uma lua-de-mel com o Brasil. O maior teste para o país foi a atual crise. O Brasil aparece neste momento em situação bem mais confortável que os países desenvolvidos – os mesmos cujas políticas sempre admirou.

Para dar um novo salto e

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