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1464 palavras 6 páginas
Resenhas

(pp. 58-9). O procedimento metodológico seguinte é definir os critérios objectivos e instrumentos conceptuais de análise para distinguir o que é essencial do que é acidental na prática profissional, constituindo este procedimento, para a autora, o maior desafio do método ao serviço social.
Na parte final da obra, a autora introduz uma reflexão acerca da pesquisa histórica no serviço social, mantendo o imperativo de uma metodologia rigorosa na construção do corpus da investigação, a partir da sua relação com o processo histórico, num contexto específico de relações sociais que se transformam, à medida que se configuram novas relações. Práticas e conhecimentos têm de ser trabalhados nesta dinâmica como uma estrutura parcial vinculada a totalidades mais abrangentes. Não reconhecer a complexidade deste processo pode conduzir a uma concepção de historicidade como uma mera apresentação cronológica de factos e actores ou a uma narrativa que apresenta o serviço social
‘apenas a partir de uma teleologia, numa perspectiva de pureza (...) que situa o olhar do investigador num espaço ideal, anacrónico, estranho ao objecto, sem vínculos com a sua constituição, contrapondo a impureza da prática, insistentemente denunciada e desqualificada, à pureza das reflexões de âmbito académico’. Em alternativa, Myrian
Veras Baptista propõe que a investigação histórica deve ser orientada ‘para entender por que um tal acontecimento se deu de uma certa forma e não de outra, num determinado lugar, num dado momento’ (p. 69). A autora afirma, assim, baseada em Lucien Goldmann, que a possibilidade de compreender os factos empíricos e abstractos e extrair deles as sua leis e a sua significação constitui o único critério válido para julgar o valor de um método ou sistema filosófico. Este trabalho exige do investigador a compreensão dos dados empíricos como uma verdade parcial.
Para Goldmann, ‘toda a verdade parcial só assume significado, pelo seu lugar no

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