Êxodo rural, fazendas e desagregação. estudos sociedade e agricultura
Ana Maria Galeno Mochcovitch era Doutora em Sociologia, professora de dedicação exclusiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro dos anos de 1984 a 2002. Com uma bibliografia extensa, Ana Maria Galeno divulgou livros como “Diário de locação e pesquisa para o roteiro de Casa Grande, Senzala & Cia” e artigos para revistas como o estudado a seguir. Nos anos 70, a visão que se tinha da região cerrado era que não oferecia potência de exploração produtiva, por conta de solos ácidos inviabilizarem investimentos econômicos. Mas a partir da modernização da agricultura como ficou conhecida, os sistemas de pesquisa e extensão agrícolas brasileiros começaram a demonstrar as possibilidades da larga produção agrícola em áreas do cerrado, criando novas tecnologias que viabilizam a correção da acidez do solo da região.
No Estado de Minas Gerais, projetos como o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento do Cerrado (PROCEDER) e o Plano de Assentamento dirigido do Alto Parnaíba (PAD-AP), era fruto desse investimento econômico no cerrado. Tais investimentos trouxeram mudanças sociais nessas áreas, tais como o êxodo rural e a desagregação, mudanças ocorridas devido a certa divisão das áreas beneficiadas com os projetos acima citados e as áreas que por restrições naturais ficaram de fora desses projetos. O termo êxodo rural significa o abandono do campo por seus habitantes, no caso da região do Alto Parnaíba, este abandono estava ocorrendo ora devido a melhores ofertas de trabalho agrícolas em outras regiões, ora devido à modernização nos antigos trabalhos, onde mudanças na estrutura de produção no campo (uso intensivo de capitais, insumos, mecanização). Na consulta a dados estatísticos da região fica evidente o êxodo rural, como no município de São Gotardo que perdeu 43% de sua população em 40 anos (1940 a 1980), no município de