Ética

A ética da justa medida: Aristóteles
Segundo Aristóteles, o saber pode ser diferenciado em contemplativo e prático. Ao definir a diferença entre saber contemplativo e prático, o filósofo definiu também o campo das ações éticas.
O saber contemplativo é teórico,porque se destina a explorar fatos e seres que independem da nossa existência e da nossa vontade (fenômenos naturais e divinos). Já o saber prático está diretamente relacionado a nós, depende das nossas ações e da nossa vontade. Os saberes práticos podem ser da ordem da práxis ou da técnica (técne).
Práxis: ordem em que o agente, a sua ação e a finalidade dessa ação estão relacionados e não podem ser compreendidos separadamente. Em relação às ações virtuosas (areté), é virtuoso aquele que as pratica e virtuosas são sua finalidades. Por exemplo, temos a ação de dizer a verdade, que se relaciona tanto àquele que a executa quanto à sua finalidade.
Técnica: neste tipo de saber prático, o agente, a ação e sua finalidade se relacionam, mas não são a mesma coisa: mantêm sua independência.
Na práxis, portanto, a ação e a finalidade coincidem, enquanto, por exemplo, na técnica, a finalidade a que se destina a ação é instituída por quem vai usufruí-la (o usuário da mesa) e não pelo agente (o marceneiro).
A ética e política são saberes relacionados à práxis. Na ética, a ação e sua finalidade são uma coisa só: a finalidade de uma ação moralmente boa, portanto, é o bem.
Diferentemente dos fenômenos naturais, que são regidos por leis necessárias e universais e ocorrem, portanto, independente de nossa vontade, a práxis depende de nossa vontade, escolha e deliberação. Todas as ações,segundo Aristóteles, tendem para um bem, que seria a sua melhor realização, isto é, seu fim. Isso é válido para ações técnicas e práticas. Por exemplo, tanto o artesão (ao moldar o barro) quanto o político (ao fazer as leis) têm em vista atingir a excelência (areté) em sua ações.
Veja essa formidável passagem da "Ética a