Ética
I. EM BUSCA DA FELICIDADE
A razão aristotélica recusa um universo de condições das quais o mundo terrestre seria apenas imitação. Sua filosofia, pois, se classifica de realismo natural. Considera-se que esse universo possui absoluta existência, e que a mente é capaz de apresentar conceitos seguros, a partir das informações fornecidas pelos sentidos. Quando se discute sobre a dissensão entre o animal e o homem, Aristóteles previne uma condição hierárquica entre os seres vivos, com base na capacidade de conhecimento.
Na medida em que os animais desfrutam aptidões sensoriais, o homem é destacado com a memória e com as disposições intelectivas que admitem experienciar, aderir à multiplicidade caótica de dados sensíveis. Assim, segue, comprovando que apenas os homens efetuam autêntica experiência, pois na essência dos demais animais apenas há imagens e memórias, sobrando uma parte limitada para a experiência; a vida humana, contudo, tem espaço para atividades artísticas e também racionais.
Segundo Aristóteles, o homem se compunha de uma substância mista de ideia e matéria. Compreendia que Deus deveria ser pensado como um Motor Imóvel. A proposição, em estima, pela realidade do movimento, afirma que deveria existir o primeiro motor, que conferisse movimento às coisas, sem por isso estar ele próprio em movimento. Na sua visão, esse Motor Imóvel é Deus.
Apesar disso, não acreditava na noção de uma divindade criadora do mundo, pelo simples fato de que o mundo sempre existiu, portanto, Deus não seria a causa inicial, mas o ponto de chegada, meta final para a qual tende a inteira realidade. Aristóteles entendia a alma humana como parte integrante do corpo.
Assim, o homem, como todos os seres da natureza, é composto de matéria e forma. O corpo é a matéria e a alma é a forma. Acreditava no que hodiernamente é conhecido como "corpo e