Ética

O breve, porém, pesado texto de “De virgens a prostitutas”, de Jacques Gruman, apresenta algumas facetas de uma triste realidade: a mídia servindo a interesses próprios e seguindo a lógica de mercado. Chegamos a um ponto em que uma espécie de censura invisível domina aquilo que será veiculado ou não, aquilo que será ‘verdade’ ou não. Censura essa que impede que notícias não atraentes para objetivos obscuros sejam anunciadas, como matérias muito profundas, que causem divisão entre a opinião pública ou que vão de encontro aos interesses dos grandes gestores da comunicação de massa.
Veiculando apenas aquilo que seja de interesse desses grupos mandantes, a informação passa a ser apenas ‘mediana’, sem profundidade. Essas atitudes promovem uma homogeneização daquilo que é veiculado, perdendo o caráter informativo e atingindo um patamar massificador, sem apresentar distinções entre programas, jornais e público-alvo (salvo alguns canais de TV Fechada).
Os cariocas vivenciaram um exemplo recentemente quando ocorreu um acidente na Avenida Brasil, cujo ônibus caiu de um viaduto. O motorista exercia também a função de cobrador, investindo concentração em dois trabalhos, algo não foi noticiado. Então, o forte lobby das empresas de ônibus junto aos políticos nos leva a crer que o interesse dos meios era de que a fraca qualidade do trabalho junto a despender seus clientes aos perigos consequentes para buscar uma diminuição de seus custos, seja mascarado pelo sentimento de dor e fragilidade dos envolvidos, como amigos, família, etc, repetidamente veiculados nos grandes jornais. Não apenas as empresas fazem essa pressão, mas o próprio governo também veicula mensagens publicitárias e é constantemente questionado sobre o porquê em se direcionar maior parte de verba para determinadas redes em detrimento de outras.
A mídia perante a ética parece retorcer sua ideologia. É a forma de comunicar e ‘armar’ o povo mas também é a forma de monetização dos grandes grupos de comunicação. De