Ética e direitos humanos sob o crivo da avaliação psicológica: validade e fidedignidade em questão

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Ética e direitos humanos sob o crivo da avaliação psicológica: validade e fidedignidade em questão Afirmamos Direitos Humanos a partir de nossas práticas, assim como entendemos ética como uma analise constante de seus efeitos.
A tarefa que atualmente se espera da Psicologia no contexto penal é a de individualizar a atuação do apenado-detento e oferecer resultados, desvelando assim uma determinada “essência” do sujeito, em favor do desenvolvimento de técnicas de gerenciamento – e “amansamento” – das relações. Assim também é na escola, no trabalho e em outras esferas da justiça.
A Psicologia, hegemônica, tem-se constituído como ferramenta de adequação e ajustamento intimizado, universal, natural e a-histórico. Não faz sentido continuar falando de “avaliação psicológica” de modo genérico, sem pôr em questão de que humanos – e de que concepção de cidadania – se fala.
“O que é a Psicologia?” podemos tentar responder: depende das forças que se apoderam dela. Fisionomias que nos possam alertar para que não acostumemos com práticas cotidianas de violações dos mais diferentes direitos, fazendo com que percamos nossa capacidade de estranhamento e, portanto, de indignação, acreditando na possibilidade de experimentação de ferramentas que afirmem diferentes potências de vida.
Praticas de psicologia, inclusive; como poderosos e eficientes processos de subjetivação que forjam existências, vidas, bandidos e mocinhos, heróis, vagabundos e vilões, excluídos e perigosos.
Pôr em analise nossas praticas não significa estar aquém ou além de uma adesão ou recusa de suas enunciações. O que interessa, aqui, é problematiza-las e pensa-las em seus efeitos, nos agenciamentos que produzem e atualizam expressos nas “diferentes formas de se estar nos verbos da vida”.
A presença da Psicologia no contexto prisional ainda é marcada pela abordagem positiva, que reduz o trabalho do psicólogo a participação nas Comissões Técnicas de Classificação e na aplicação do então chamado exame

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