O Ruído no Cinema

O RUÍDO NO CINEMA
No começo do cinema sonoro tentava-se representar o som da maneira mais realista possível, como explica Martin (2013). Acreditava-se que quanto mais sons ambientes fossem captados, mais realista pareceria uma cena. Com o desenvolver das técnicas de captação de som, notou-se que o ser humano tem a capacidade de “selecionar” os sons mais importantes a serem ouvidos em determinado momento. Dependendo do nível de concentração em alguma atividade, as pessoas inconscientemente descartam certas interferências externas. Essa constatação veio contra a ideia inicial de representar o máximo de ruídos naturais possíveis em uma cena. Martin (2013) e Adelmo (2010) contam que os cineastas começaram então a selecionar quais ruídos entrariam no filme e quais seriam descartados.
Rodrigues (2007) define ruídos (foley) como “sons adicionais ao filme na finalização, para maior dramaticidade da ação.” (RODRIGUES 2007, P. 47). O precursor na prática de regravar sons ambientes como o barulho de passos, os sons que são emitidos quando a pessoa em cena interage com algum objeto e até mesmo os sons da natureza, foi Jack Foley, como explica Berchmans (2012). Foley tinha como objetivo incrementar os sons reproduzidos em cena, que na época tinham péssima qualidade para uma maior dramaticidade no resultado final.
“Passos, ruídos de roupas, manejo de objetos, quedas e outras ações são imitadas pelos artistas de foley enquanto assistem à cena e gravam seus sons.” (BERCHMANS 2012, P. 176)

Martin (2013) classifica os ruídos em dois grandes grupos, são eles: Os ruídos naturais; que seriam todos os sons vindos da natureza, como pássaros, cachoeira, vento, etc. E os ruídos humanos, que por sua vez se ramificam em três grupos: Ruídos mecânicos; que seriam os sons de carros, máquinas, aviões, etc. Palavras-ruído; sendo o fundo sonoro humano, como o barulho de uma multidão. E música-ruído; sendo as músicas de fundo que não interferem no desenvolver da cena, como um rádio