O que faz de um adm um adm
• Marcos Amatucci
“As organizações duram, contudo, na proporção da largueza da moralidade pela qual são governadas.”
CHESTER I. BARNARD
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Revista da ESPM – Janeiro/Fevereiro de 2002
A
tualmente, profissionais de Recursos Humanos encarregados da seleção de novos profissionais para empresas aplicam diversos testes e dinâmicas no intuito de detectar competências requeridas pela empresa. Nesse afã, ignoram a formação básica dos candidatos, principalmente no recrutamento de trainees ou profissionais em início de carreira: não importa se o candidato é administrador, psicólogo, engenheiro ou sociólogo – importa, sim, se possuirá as competências encomendadas pelo empregador.
Mas o que faz do administrador administrador? O que o diferencia dos demais profissionais? Quais são as competências que o profissional adquire (ou deveria adquirir) exclusivamente em função de sua formação em Administração?
Muito da literatura administrativa ora fala de Administração sem preocupar-se do administrador, ora fala do administrador sem dizer de maneira precisa o que ele é, em que lugar trabalha e de que se ocupa. Serão administradores somente os gerentes e diretores? Serão somente os proprietários? Quem administra a Produção é administrador? E quem administra o departamento de Recursos Humanos?
E o departamento de Vendas? Será que estas categorias guardarão elementos de perfil de habilidades comuns? Este artigo visa lançar alguma luz sobre estas questões, baseando-se no que os teóricos clássicos da Administração têm a dizer sobre elas.
Verificamos o que os “monstros consagrados” da Administração têm a dizer sobre as características do administrador, a delimitação de seu âmbito do profissional e a formação do administrador.
Buscamos ainda estabelecer, a partir das características levantadas, competências universais para o administrador
– não as únicas que ele deve possuir hoje, mas as