O ponto de mutação

O filme O Ponto de Mutação inicia-se com a ida de Jack Edwards (interpretado por Sam Waterson) à França, à convite de seu amigo Thomas Harriman (John Heard). O primeiro encontra-se descontente com sua própria vida, após sofrer uma derrota como candidato à presidência dos Estados Unidos da América, chegando a comentar o quanto a vida política fez dele um homem sem identidade. O segundo é um poeta que, cansado da vida em Nova York, principalmente após um divórcio e a perda da guarda do filho, muda-se para a França a fim de encarar algumas crises, como a chegada da meia-idade e o colapso com a dramaturgia, sua então paixão.
Logo em sua chegada, Jack resolve passear pelo Mont Sain Michel com Thomas e, no meio de uma discussão acerca da mecanicidade do tempo, encontram uma mulher chamada Sonia Hoffman (Liv Ullman), que se intitula uma cientista em recesso, uma ex-fisica, ex-cidadã americana e ex-eleitora, deixando clara uma grande desmotivação perante sua própria vida.
Em início de conversa a cientista afirma, em resposta aos dois amigos, que deixou de votar porque acredita que o modelo de política baseado em maioria de direita ou de esquerda parecem antiquadas e mecânicas como o relógio antigo ao qual os três se deparam. Ao afirmar tal sentença, a cientista justifica-se citando Descartes, pois esse foi o primei¬¬¬¬¬¬ro a enxergar o mundo como um relógio, cuja visão mecanicista domina especialmente os políticos. A partir disso, os personagens começam uma discussão que compreende uma visão científica do tempo, do mundo, das máquinas.
Cada tema discutido pelos personagens leva o espectador a provar uma nova visão de mundo, acoplada à idéia de que tudo está conectado, por meios de processo de interação e convivência dos meios sociais, políticos, econômicos etc.
O tempo todo, o que parece é que a cientista tenta fazer com que o político tenha uma visão mais sistêmica do mundo, deixando claro que gostaria que esse tivesse aquilo que a maioria dos Homens não possui: a