O peoma de Castro Alves o Gondoleiro do Amor

2723 palavras 11 páginas
CASTRO ALVES
O GONDOLEIRO DO AMOR
Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte do Gondoleiro do amor.
Tua voz é a cavatina
Dos palácios de Sorrento,
Quando a praia beija a vaga,
Quando a vaga beija o vento;
E como em noites de Itália,
Ama um canto o pescador,
Bebe a harmonia em teus cantos
O Gondoleiro do amor.
Teu sorriso é uma aurora,
Que o horizonte enrubesceu,
-Rosa aberta com o biquinho
Das aves rubras do céu.
Nas tempestades da vida
Das rajadas no furor,
Foi-se a noite, tem auroras
O Gondoleiro do amor.
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;
Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no languor
Vogar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?...
Teu amor na treva é - um astro,
No silêncio uma canção,
É brisa - nas calmarias,
É abrigo - no tufão;
Por isso eu te amo querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.
Alunos ; Tatiane, Sidineia, Paulo, Aloiso Coelho.
Castro Alves- Gondoleiro do Amor
GONDOLEIRO DO AMOR Estudo e pesquisa por Gelza Reis Cristo

Castro Alves

Trata-se de um poema de Castro Alves, um poeta romântico da terceira geração que, inspirado em seu grande amor Eugênia Câmara, faz uma declaração de amor e compara a amada a vários elementos da natureza, como se pode observar na primeira estrofe do poema. Ao distinguirmos o poema citado como um contexto cujo encadeamento das suas palavras nos remete a um lirismo amoroso; isto é, “a preocupação com o próprio “eu”, a maneira como a alma, em seus juízos subjetivos, alegrias e admirações, dores e sensações, toma consciência de si mesma no âmago deste conteúdo. O que interessa realmente é a expressão da subjetividade como tal, das disposições da alma e dos sentimentos

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