o menininho

Com o passar do tempo suas conversas foram se intensificando, Bruno de um lado e Shmuel do outro lado da cerca. Eram colegas, muito mais que isso, amigos. Davam-se bem, faziam aniversário no mesmo dia, e por maior coincidência que fosse também nasceram no mesmo ano (1934). Cada um contava sua história, contudo não podiam brincar. Essa foi a amizade que Bruno teve que deixar em segredo. Todas as tardes ia ver Shmuel, no mesmo lugar, na mesma insegurança e com a alegria cada vez melhor e maior.
Certo dia o pai de Bruno chamou ele e sua irmã para ter uma conversa na sala em que era Proibido Entrar em Todos os Momentos Sem Exceção, perguntou-os sobre o que achavam de voltar para Berlim, e também os disse que se voltassem seria somente com sua mãe, já que ele teria de tratar assuntos importantes com o Fúria. Gretel concordou em voltar (ela estava ansiosa com a proposta), já Bruno não sabia bem se queria voltar já que agora tinha seu melhor amigo Shmuel. No final do falatório decidiram voltar para Berlim.
Bruno não sabia ao certo como dizer essa péssima notícia a Shmuel, no dia que se viram se despediram, porém Bruno (que pensava que o outro lado da cerca, mesmo sendo assustador, era um lugar onde as famílias se encontravam para tomar chá e festejarem) quis fazer sua última travessura. Ir para o outro lado, com o objetivo de ajudar Shmuel a encontrar seu pai (que havia saído para trabalhar e nunca mais voltara). No outro dia ele foi, com sua cabeça raspada e o pijama listrado que Shmuel lhe havia emprestado (poderia ser confundido facilmente com um judeu), na volta ele escutou um apito, e seguindo as pessoas que estavam marchando deu a mão a Shmuel e se perdeu no esquecimento.

Ànalise da Obra

O livro é muito mais do que um glossário que caracteriza a Alemanha nazista, ele mostra a vida de um menino que tinha tudo para dar certo: uma família rica, um pai que era braço direito de Hitler, criados que estavam dispostos a fazer tudo que ele mandasse e superando