O Manifesto Comunista 150 Anos Depois

REIS FILHO, D. A. (Org.) O Manifesto Comunista 150 Anos Depois. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1998.

Ricardo Lopes Machado1

Burgueses e Proletários

Não distante do que vemos hoje, a luta de classes sempre existiu através dos tempos, desenhando uma sociedade dividida em classes, onde quem detém mais poder se coloca na posição mais elevada da pirâmide, e os demais se distribuem nas camadas abaixo, travando lutas diárias entre burguesia e proletariado, entre dominador e dominado, entre opressor e oprimido, ambos buscando sua ascensão nessa escala.
Os burgueses que na Idade média eram os servos desenvolveram o comércio nos burgos ao redor do feudo, acumularam riquezas e prestígio político, que se fortaleceu com o crescimento dos comércios e das cidades. Um grande marco dessa passagem se dá com o processo de industrialização, com a implementação de instrumentos e meios de produção que revolucionaram a indústria e por sua vez o comércio, o que os levou ter visibilidade no mercado mundial.
Os resultados dessa industrialização se refletiram no campo e nas cidades, pois a população saia do campo para trabalhar nas fábricas e comércios, deixando a vida rural, e superpopulando às cidades. O que favorecia a burguesia por proporcionar mão de obra barata, que resultava em produtos de baixo custo, conquistando países vizinhos, fazendo mesmo os países bárbaros passar a consumir seus produtos.
Enquanto rotulamos por burguesia os empresários do comércio e da indústria crescente, que detém o poder financeiro e agora também político, com base no sistema imposto pelo capital agora vigente, cabe aos operários, que vendiam-se por baixos salários o rotulo de proletariado, estes eram tratados como simples mercadorias.

Proletariados e Comunistas

A tecnologia imposta pela revolução industrial, onde o numero de maquinas se tornava crescente e continuo, desvalorizou a mão de obra do operário, surgindo ai a necessidade de que estes se organizassem em classes para lutar