O Império Romano e a Importância da Religião

O Império Romano e a Importância da Religião

Ao analisarmos os fatos ocorridos no Baixo Império e na Antiguidade tardia, percebemos muitas especificidades no contexto cultural, político e estrutural da sociedade romana. No âmbito da historiografia deste período, nos deparamos com muitos preconceitos relacionados aos motivos que levaram ao fim do império, muitas vezes enxergando este momento como uma ruína de todo o poder que a estrutura imperial emanava. Porém o Baixo Império nos trás mudanças culturais significativas, e são essas mudanças que o caracterizam, dentro desse contexto se destacam: as questões relacionadas ao poder imperial, a diferença de um poder Principado que vigorava do Alto Império e do Dominato, que caracteriza o Baixo Império em questão, e todo o aparato que os costumes religiosos e a nova religião monoteísta forneciam para fortalecer o poder do imperador.
O enfraquecimento da figura do imperador e da grandeza de Roma são resultados da Anarquia Militar, período repleto de invasões bárbaras e sucessões turbulenta de imperadores. Os ataques bárbaros foram considerados por muitos autores como o grande fator responsável pela queda do Império Romano do Ocidente. Segundo André Piganiol (1972:466) “A Civilização Romana não pereceu de morte natural. Foi assassinada”. Por conta dessa instabilidade, passa-se a questionar o porquê de os deuses não terem favorecido os romanos.
Inicialmente, o cristianismo não representava uma ameaça à ordem vigente, sendo considerado apenas mais uma vertente do judaísmo. Os pobres eram os mais interessados na religião monoteísta, que prometia a salvação através do perdão, não importando a classe e as condições sociais. O cristianismo só passa a ser perseguido com a ascensão de Décio, quando ele ordena que todos honrem os deuses diante do magistrado com a oferenda de sacrifícios, prática que os cristãos não toleram. Após Décio, Valeriano proíbe a reunião dos cristãos nas igrejas e nos cemitérios, ele não obteve o