O homem aprende ser homem

O biológico do homem ao nascer, não é suficiente para ‘sobreviver’ na sociedade. É necessário aprender a ser ‘homem’ e para isso adquirir aptidões. Ele aprende formas para satisfazer suas necessidades que a sociedade humana, no decurso de seu desenvolvimento histórico, criou. “A única aptidão inata no homem é a aptidão para a formação de outras aptidões.” (BOCK, 1999, pg.150). No entanto, não podemos negar o que a biologia já nos comprovou que os genes se manifestam sob determinadas condições ambientais (físicas e sociais). Um exemplo são as mudanças da cor dos olhos de algumas espécies de peixes com determinados genes, onde um meio experimental diferente do meu natural pode interferir. Assim, a partir de um conjunto de traços herdados (biológico e sócio-histórico), temos um ser específico, individual e particular (subjetividade de cada um).
O ser humano vai alcançar determinadas aptidões, tais como escovar os dentes, comer com talheres, beber água no copo, escrever, ler, discutir o que foi lido e etc., como resultado da experiência sócio-histórica da humanidade. Isto é, em um processo de apropriação da cultura criado pelas gerações precedentes e não transmitidos por uma hereditariedade biológica. Não nascemos preparados e nem somos munidos em nosso gene com aptidões criadas pela nossa sociedade. Todo ser humano aprende a ser homem com outro homem, aprendendo e exercitando habilidades que durante séculos foram desenvolvidas.
Existe uma discussão nas teorias que abordam essa temática acerca do que define o gênero ser relacionado estritamente ao órgão sexual. O homem ao nascer tem seu sexo determinado. Culturalmente se for menina, logo terá que vestir rosa ao sair da maternidade. Se for menino, a decoração do quarto será de carros e sua roupa será azul. Quando mais velhos, se fugirem desse fato “sócio-cultural” (o menino usar rosa, ou a menina brincar de carrinho), serão já julgados como homossexuais. Isso é, o individuo já é treinado a ser homem ou mulher