O Encontro

O ENCONTRO

Atriz – (andando de um lado a outro, está ansiosa, olha o relógio), Será que vai ser difícil eu falar? Deve ser fácil, quando ele chegar é só dizer e pronto, rápido, assim na bucha. Bucha, e esquece de comprar a bucha de lavar prato e do detergente também. Ainda bem, eu odeio lavar pratos! Sem contar que iria estragar minhas unhas e com certeza ele iria reparar.

E se eu em vez de falar eu começar a cantar uma musica... Mas qual musica? Qual musica você cantaria para uma pessoa que você gosta muito (se não houver sugestões atriz canta Só hoje de Jota Quest) essa é uma boa musica, não. Que mico. Não. (pausa) ele está demorando.

E minha roupa, será que está bem assim? Será que ele vai achar brega? Acho que essa roupa assim ta legal. Roupa! Eu tinha que passar a camisa do meu pai e a calça também. Odeio passar roupa!

E se eu falar uma poesia; seria ótimo. Qual poesia? (recita) Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; (pausa).

E se ele perguntar de quem é esse poema? Eu falo que é meu ou de (platéia) vocês sabem de quem é esse poema? (elogia quem responder, critica quem não sabe) não! Poema não. E esquece do trabalho de literatura (nome do professor). Vai me matar...

Que tal eu escrever, uma carta, vocês têm uma caneta e um papel ai? Rápido? (começa a escrever, amassa a primeira, a segunda, a terceira folha), eu estou sem inspiração para escrever um bilhete. Bilhete! Meu deus! Esqueci de fazer o jogo de meu pai na mega-sena acumulada, ele vai me matar! Odeio jogo!

Será que ele não vem!? Eu falei 17 horas será que ele entendeu 7 horas, que burra que sou poderia falar 5 horas como todo mundo fala, ninguém fala 17 horas, 19 horas, burra não! O certo é falar 17 horas.

Eu deveria trazer flores pra ele, seria diferente, só homem que dá flores. Seria excêntrico. Um buquê. Minha