O conceito de saúde ampliado e o trabalho dos profissionais de saúde
O CONCEITO DE SAÚDE AMPLIADO E O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Durante muito tempo, predominou o entendimento de que saúde era sinônimo de ausência de doenças físicas e mentais. Nesse sentido, os serviços de saúde privilegiaram na sua organização a atenção médica curativa. A Organização Mundial de Saúde define que "saúde é o completo bem-estar fisico, mental e social e não a simples ausência de doença". Essa definição aponta para a complexidade do tema, e a reflexão mais aprofundada sobre seu significado nos leva a considerar a necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares no sentido de criar condições de vida saudáveis. A VIII Conferência Nacional de Saúde (1986 Saúde; qualidade de vida; determinantes de saúde cidadania e direito à saúde) ampliou significativamente o conceito, incluindo nele não só as condições de vida (alimentação, habitação, trabalho...) mas, também, direitos ligados ao acesso universal e igualitário à ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde e exigências ligadas a uma política nacional de saúde. [1] Nesse sentido, saúde é o resultado da inter-relação entre variáveis determinantes das condições de saúde. A multideterminação e multifatorialidade propiciam uma noção da complexidade que pode haver nos eventos relacionados com a saúde dos indivíduos. Saúde e doença não aparecem como fenômenos estáticos, separados ou dicotômicos, mas são gradientes resultantes da combinação de inúmeros fatores que podem determinar, dependendo dos tipos de combinações, diferentes graus nas condições de saúde dos organismos. A forma como os serviços de saúde estão organizados, restringem o campo de atuação profissional à atuação predominante nas situações em que os organismos já estejam apresentando "doenças". "O campo profissional parece voltado para apenas uma pequena parte de um objeto de trabalho: a doença. E