O cidadão sem fortuna, o intelectual de virtú.

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"virtú" e "fortuna" são duas chaves para a compreensão do sucesso (ou insucesso) do "Príncipe" na análise feita por Maquiavel ainda no século XVI. A "virtú" (e não "virtude", que se refereria a um ideal de "justiça" e "moral", ideia encontrada no pensamento político antes de Maquiavel) é uma característica imanente ao "homem", que baseado na força, estaria apto a governar de forma "corajosa" em nome de suas convicções. Já a "fortuna" (idealizada sob a forma feminina) representaria o plano das incertezas que marcam a vida política, as circunstâncias com as quais qualquer "Príncipe" teria de lidar para permanecer no poder. Para pensar a Virtú e a fortuna mais uma vez Maquiavel recorre aos ensinamentos dos historiadores clássicos, buscando contrapô-Ios aos preceitos dominantes na Itália seiscentista. Para os antigos, a Fortuna não era uma força maligna inexorável. Ao contrário, sua imagem era a de uma deusa boa, uma aliada potencial, cuja simpatia era importante atrair. Esta deusa possuía os bens que todos os homens desejavam: a honra, a riqueza, a glória, o poder. Mas como fazer para que a deusa Fortuna nos favorecesse e não a outros, perguntavam-se os homens da antiguidade clássica? Era imprescindível seduzi-Ia, respondiam.
Como se tratava de uma deusa que era também mulher, para atrair suas graças era necessário mostrar-se vir, um homem de verdadeira virilidade, de inquestionável coragem. Assim, o homem que possuísse virtú no mais alto grau seria beneficiado com os presentes da cornucópia da Fortuna. Esta visão foi inteiramente derrotada com o triunfo do cristianismo. A boa deusa, disposta a ser seduzida, foi substituída por um "poder cego", inabalável, fechado a qualquer influência, que distribui seus bens de forma indiscriminada. A
Fortuna não tem mais como símbolo a cornucópia, mas a roda do tempo, que gira indefinidamente sem que se possa descobrir o seu movimento. Nessa visão, os bens valorizados no período clássico nada são. O

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