Novas espécies de Stelletta

Novas espécies de Stelletta (Astrophorida, Demospongiae) para o Chile

Gustavo Bastos1,2, Mariana S. Carvalho1, Viviane Perdomo1,2 & Eduardo Hajdu1

1. Museu Nacional, Departamento de Invertebrados, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Quinta da Boa Vista, s/n, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2. UERJ, Faculdade de Formação de Professores, Rua Dr. Francisco Portela, 1470, Patronato, 24435-005, São Gonçalo, RJ, Brasil

As Demospongiae do sudeste do Pacífico, principalmente da costa do Chile, são pouco conhecidas, com cerca de 140 espécies descritas. Este número contrasta com a grande longitude da costa chilena (4265 km), passando por ecossistemas subtropicais ao norte até subantárticos no extremo sul do país. Vários setores do SE do Pacífico são ainda mal amostrados, como canais patagônicos e norte do Chile, assim como as costas do Peru e Equador. Somente três espécies da ordem Astrophorida eram conhecidas para a costa chilena, viz. Geodia magellani, Stelletta clarella e Stelletta phrissens. Um novo inventário das esponjas chilenas foi iniciado em 2004, com 30 a 35 localidades amostradas, principalmente através de mergulho autônomo até 30m de profundidade, em latitudes variando de 23º a 56ºS. Espécimes até 2000m de profundidade também foram obtidos por intermédio de coleções estrangeiras. Este material está depositado nas coleções de Porifera MNRJ (Rio de Janeiro), MHNG (Genebra) e RBINS (Bruxelas). O material foi fixado em álcool 96% e estudado sob lupa e microscópio ótico, através de lâminas com cortes espessos e espículas dissociadas, seguindo protocolo padrão; bem como microscópio eletrônico de varredura. Dos 31 espécimes de Astrophorida disponíveis para estudo, 13 pertencem ao gênero Stelletta, compreendendo quatro novas espécies, coletadas entre 12 e 860 m de profundidade. De 135 espécies pertencentes ao gênero, apenas 43 apresentam conjunto espicular composto por megascleras que incluam pelo menos óxeas e dicotriênios, similarmente às