G Tico 2

Desde a arte clássica o edifício se assemelha ao cosmos, e a sua construção à criação do universo. A arquitetura dessa época apresenta um ar de superioridade, de divindade, o homem tenta chegar até Deus. O homem passa a ser um ser divino, confiante no seu poder, é assim que se sente quando entram em edifícios como o Pantheon, por exemplo. Com tudo, com a queda do império romano, essa ideia de homem como ser supremo muda, o que reflete nos edifícios da época, assim eles deixam de lado esses edifícios pseudocósmicos. Os edifícios passam a ter um ar místico, sobrenatural, ainda há a presença de cosmo, mas não é mais o céu que chega a terra e sim o homem que se eleva a Deus. E essa transformação se dá primeiramente dentro da Igreja, já que ela é a responsável por trazer a fé em Deus para o homem, é o local onde o homem pode chegar até Deus, e é no altar o local onde ocorre essa comunhão. Mas, para que isso ocorra, é preciso que percorramos todo o caminho da nave, da igreja, estreita comparada com sua altura, todo um caminho longitudinal, simbolizando o caminho da salvação das vidas deles, além disso, pela verticalização, é possível ter um sentimento de êxtase, transcendência e admiração. Logo após acontecer essa comunhão com Cristo, de chegar ao altar, é preciso voltar para os seus lugares e regressar ao seu eu humano. Para ter essa impressão reforçada foram colocados vitrais nas paredes, onde a luz chega com intensidade, entre o altar e a nave, como uma luz divina, o que já ocorria no estilo romântico, a diferença é que são vitrais coloridos, onde ocorrem episódios religiosos. No gótico, as paredes passam a ser cruas, diferente do romântico, para que seja possível ver a luz e o vazio.
As igrejas daquela época se organizavam espacialmente com a fachada principal disposta para o oeste, capela-mor a leste, seguindo um partido longitudinal de três naves, o que já era comum na época. A orientação do edifício se inspira na cruz latina, reservando-se para o altar, onde se