D.joao

D. João de Portugal

- Casado com D. Madalena, mas desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir1, revela-se como:
-É sempre lembrado como patriota, digno, honrado, forte, fiel ao seu rei
- Uma existência abstracta (uma espécie de fantasma omnipresente) até à cena XII do acto II, inclusive, permanecendo em cena através dos receios evocativos de Madalena2, da crença de Telmo em relação ao seu regresso3 e do sebastianismo de Maria4 (se D. Sebastião pode regressar, o mesmo pode acontecer em relação a D. João de Portugal);
- Está sempre presente na memória e palavras de Telmo, na consciência de Madalena, nas palavras de Manuel e na intuição de Maria.
- Uma existência concreta a partir da cena XIII do acto II:

- Regressa a Portugal ao fim de 21 anos, depois de ter passado 20 em cativeiro, em África e na Ásia, surgindo na figura do Romeiro (mesmo assim, a sua identidade só é revelada no final do acto II5);
-Quando regressa, na pele do Romeiro é austero e misterioso, representa um destino cruel, é implacável, destrói uma família e a sua felicidade, mas acaba por ser, também ele, vitima desse destino. Resta-lhe então a solidão, o vazio e a certeza de que ele já só faz parte do mundo dos mortos (é “ninguém”; madalena não o reconhece
- procura interferir voluntariamente na acção dramática, tentando impedir, com a cumplicidade de Telmo, a entrada em hábito de Madalena e de Manuel de Sousa6;

- acaba por assistir à morte de Maria. - D. João é uma figura simbólica: representa o passado, a época gloriosa dos descobrimentos; representa também o presente, a pátria morta e sem identidade na mão dos espanhóis / e é a imagem da pátria cativa.

Sebastianismo em frei luis de sousa

Em Frei Luís de Sousa, o mito sebastianista está bem presente. A história da peça aborda uma autêntica catástrofe que se abateu sobre a vida de uma família nobre do final do século XVI. Tem como característica peculiar o facto de todas as personagens assumirem, ao longo do enredo,